Todos nós podemos ter momentos de altos e baixos no humor – alegria, tristeza, raiva são emoções normais, diante de determinados contextos da vida cotidiana. Entretanto, no caso do Transtorno Bipolar a pessoa tem oscilações de humor fora de proporção, ou totalmente desconexas frente aos acontecimentos da vida, e estas afetam pensamentos, sentimentos, saúde física e o comportamento.
O início desse transtorno, geralmente, acontece na adolescência ou no começo da fase adulta, embora possa, raramente, começar no início da infância ou aos 40, 50 anos. Quem recebe o diagnóstico de Transtorno Bipolar pode ser que apresente, em alguns períodos, um estado de “humor normal” – o que chamamos de eutimia – ou, em outros, um estado de humor alterado. Dentre os possíveis quadros de humor alterado, uma pessoa com TB pode manifestar a depressão, a mania/hipomania ou o episódio misto.
A fase de mania começa frequentemente com uma sensação de aumento intenso de energia, de criatividade e de sociabilidade. Além de se sentir incomumente eufórico ou irritável (ou parecendo assim para aqueles que o conhecem bem), o indivíduo também pode apresentar pouca necessidade de sono; pensamento acelerado; dificuldade para focar a atenção (por se dividir em muitos assuntos ao mesmo tempo); um inflado senso de poder, grandiosidade ou importância; e/ou fazer coisas imprudentes ou temerosas, sem considerar as possíveis consequências. Em alguns casos extremos, a pessoa pode até apresentar alucinações ou ilusões.
O indivíduo com TB também pode apresentar a fase de hipomania, um quadro menos intenso de euforia. Nesta fase, há sintomas similares à mania, mas em menor intensidade. Comumente no episódio hipomaníaco a pessoa se sente melhor que o usual e mais produtiva. Nestes casos, não há sintomas psicóticos (alucinações e/ou ilusões).
Diferentemente das fases maníacas e hipomaníacas, na fase depressiva grave a pessoa se sente triste, melancólica ou apática. Perde o interesse por atividades que normalmente gosta e pode apresentar sintomas como: insônia ou sono excessivo; perda ou excesso de apetite; problemas de concentração; dificuldade para tomar decisões; sentir-se lento ou inquieto; se sentir sem valor ou culpado, ou com autoestima muito baixa; sensação de perda de energia, cansaço físico e mental; e/ou apresentar pensamentos de morte. Em alguns casos de depressão severa a pessoa pode apresentar alucinações/ilusões e também a necessidade de internação.
Além disso, há também os quadros mistos, onde ocorrem de forma combinada tanto sintomas da depressão e da mania/hipomania. Ou seja, a pessoa pode ficar tanto excitada ou agitada como em estado de mania, mas também pode se sentir irritada e deprimida, ao invés de se sentir no topo do mundo. É um quadro que também gera muito sofrimento.
O tratamento farmacológico se constitui como importante elemento de controle dos sintomas presentes no TB. Aliado a ele está a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que apresenta excelentes resultados no tratamento desse transtorno através das estratégias como: Psicoeducação, adesão à medicação, identificação e mudança de pensamentos que geram sentimentos desconfortáveis, manejo de sintomas,
Procure conhecer o TB o melhor possível! Visto que o transtorno é uma condição crônica, é essencial que você e sua família aprendam tudo sobre o TB e seu tratamento. Peça sugestões de livros confiáveis ao seu terapeuta e médico, converse com eles sobre os tratamentose entenda como funcionam seus medicamentos. Um paciente bem informado é um dos fatores mais importantes para o sucesso do tratamento.
Texto por Jacqueline Espínola - CRP 05/50691.
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